domingo, 14 de setembro de 2008

Queijo quente, café preto, lençóis brancos.

A manhã estava ensolarada, como se o dia tivesse sido escolhido a dedo para alegrar dois corações apaixonados. O sol já batia sobre a cama, banhando com um terno calor, nosso ninho de amor. Meu corpo nu, estava estrategicamente coberto pelo lençol branco e os meus cabelos escurtos espalhavam-se pelo travesseiro. Tento abrir meus olhos, vagarosamente. O cansaço se apossava do meu corpo, mas a vontade de amar aquele homem era maior. Com os olhos semi-cerrados, deslizo minha mão pela cama e nada encontro ao meu lado. Abro os olhos, rapidamente, o coração pulsando agoniado. A insegurança era tanta, que hoje, só de pensar, repugna-me. Sento na cama, tapando os seios com o lençol, cabelos desgrenhados de tanto serem alisados, puxados e amados pelo meu homem. Abro um sorriso, ali está ele, sentado à porta do banheiro do quarto, sorrindo pra mim.
"-Bom dia! Você é ainda mais linda ao acordar... estava horas sentado aqui, admirando seu corpo em repouso...". Olho no relógio do celular dele, são 7:40h. "-Nossa, você não dormiu? Por que acordou tão cedo?" disse eu, "-Não consegui dormir, passei a noite em claro, olhando você... levantei da cama, mexia-me muito, não queria te acordar..." disse ele, "-Trouxe café." ele completou.
Olhei sob a mesa de cabeceira, um copo com café quente, já adoçado, e uma embalagem de isopor com um queijo quente (que aqui no Sul, nós nomeamos de Torrada). Sorri para ele. Aquilo só podia ser um sonho. Passei meses, madrugadas, trocando palavras de amor e carinho com ele, e agora ele estava ali, bem na minha frente, tomando café-da-manhã comigo. Nunca em toda minha vida senti-me tão bela. Ele observava-me como se eu fosse uma obra-prima sentada sob a cama. Meu corpo nu, coberto somente pelo lençol branco, contrastava com a minha pele levemente bronzeada e meus cabelos escuros, que caiam sobre o ombro, destacando os meus olhos verdes.
Eu comia somente para agradá-lo, não sentia fome alguma. Por um momento até pensei que poderia passar a vida me alimentando dos beijos e carinhos dele. Queria conhecer a cidade, mas ao mesmo tempo eu pensava que poderia ser um desperdício de tempo, pois isso minimizaria os momentos em que nossos corpos nus arderiam na cama.
Chamei-o para deitar-se ao meu lado. Como era divino dividir a cama com ele, sentir o corpo quente dele junto ao meu e beijar-lhe a boca com extremo carinho e cuidado, como se ela fosse a coisa mais delicada do mundo. As mãos dele não cansavam de me explorar e a boca dele tinha a mesma curiosidade. Minha boca percorria cada centímetro do corpo dele, e o amava delicadamente. O corpo dele veio por cima do meu, o encaixe era perfeito, como se fôssemos peças que se completavam de um quebra-cabeça. Ele me tomava com tanto amor e carinho, invadindo-me com cuidado e cobrindo-me com palavras de amor. Sentia-me mulher pela primeira vez. A sensação era tão magnífica que não imaginava-me fazendo amor com outra pessoa nunca mais - e isso realmente aconteceu. A partir daquele dia, meu corpo e meu prazer eram só dele, e só ele sabia como aguçá-los. Chegamos ao clímax do nosso sexo, juntos e era tão puro, que não me soava como pecado... era algo divino.
Resolvi tomar um banho. Levantei-me da cama, ainda nua e dirigi-me ao banheiro. Os olhos dele seguiam minha silhueta se afastar, e eu já não tinha vergonha alguma dele. Abri o chuveiro, a água morna percorreu o meu corpo, mas parecia-me gelada, pois meu corpo ainda ardia de prazer. Minhas pernas estavam trêmulas, minha carne tremia de desejo. Sorri. Eu estava amando, perdidamente, pela primeira vez. Ele adentrou no banheiro, abraçou meu corpo nu, e tomou-me novamente em seus braços. Sua língua procurava a minha, e suas mãos apertavam-me delicadamente. A água envolvia-nos numa atmosfera mágica, e o amor que fazíamos era cada vez mais maravilhoso e selvagem. Ainda temos 7 dias.