terça-feira, 30 de setembro de 2008

Suposições.

Eu acredito que, realmente, nunca amei ninguém completamente. Esse medo de entregar-me por completo, pesa muito ao tomar a decisão de amar sem riscos nem receios. O amor é um risco, entregar-se é um risco. Sinto muito receio de deixar uma pessoa conhecer-me por completo, não que eu tenha medo, mas "são só meus os meus segredos" e sinto que certos aspectos da minha personalidade são praticamente segredos que guardo do mundo, e por vezes de mim mesma. Sempre fico com um pé no chão, protegendo verdadeiramente meu coração. Então, eu me perdi nesses sons. O som da sua voz pela manhã, o som dos nossos corpos enroscados, o som do nosso silêncio após nossas brigas. Eu ouço na minha mente todas esses sons. Eu ouço na minha mente todas essas palavras. Eu ouço na minha mente toda essa música que cantei pra você. E isso parte meu coração...
Então, suponho que eu nunca te conheci. Suponho que nunca me apaixonei por você. Suponho que nunca te deixei... e que nunca voltei para você. Suponho que nunca beijei lábios tão doces e tão suaves. Suponho que eu nunca te vi. Suponho que você nunca me ligou. Suponho que continuei cantando canções de amor, só pra interromper a invasão de sentimentos que sempre quiseram tomar conta de mim. Suponho que ao invés de amar você, eu permaneci cantando só pra interromper que eu me apaixonasse por alguém. Suponho que nunca te vi. Agora sim. Agora está tudo bem.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Maldição feminina.

Geralmente, quer dizer, quase nunca, acordo-me com uma disposição invejável, sorrindo, cantando e dizendo "Bom dia" para quem estiver a minha volta. Hoje, definitivamente, não foi um desses raros dias. O dia já começou a me irritar ao abrir os olhos. Por que o barulho do despertador do celular é tão esganiçado? Por que não pode ser de forma crescente, como se fosse me acordando aos pouquinhos? Não, já começa aquela música enjoativa logo de manhã... poxa, mal acordei. Eis que o tal do -maldito- celular despertou. Abri somente um olho, estiquei a mão e peguei o celular. Meu olho fica embaçado logo ao acordar, mas vi nitidamente o relógio do celular, marcava 7:00. Pensei cá com meus botões: tô atrasadíssima. Levantei rapidamente, coloquei os chinelos, afaguei a cabeça do cachorro e fui até o banheiro tomar banho. Toalha. Cadê a toalha? "-Amoooooooooor, cadê minha toalha?", o pobrezinho do namorado estava tirando uma gostosa preguiça na cama ainda, quando foi asustado pelos meus berros histéricos matinais. "-Não sei, mulher, não sei... vê se não tá na área de serviço.", ele respondeu calmamente, sim ele ainda estava calmo. "-Pega pra mim! Já tô no banho...", respondi de forma - falsamente - manhosa. "HA-HA-HA, você é muito folgada mesmo... nem ligou o chuveiro ainda", nesse momento notei um pequeno tom de alteração de humor na voz dele. Liguei o chuveiro "Pronto, tá ligado, pega pra mim agora...". Ele não falou mais nada, mas levantou-se e caminhou de forma bastante sonora até a área de serviço. Naquele momento, percebi que havia conseguido irritá-lo. Normal, depois passa. Ele entrou no banheiro, com a toalha da mão e nem me olhou. "-Obrigada!" arrisquei. Silêncio. Ixi, ficou furioso mesmo.
Desliguei o chuveiro, peguei a toalha e comecei a me secar. Saí do box. Ao sair, piso em algo molhado. Xixi do cachorro. "-Caralhooooo, Quixote... poxa... custa, custa segurar o xixi um pouquinho??", o cachorro permaneceu me olhando e balançando o rabo - se é que aquele toquinho que ele tem pode ser chamado de rabo. Sóo que eu conseguia ouvir naquele momento eram as gargalhadas - irritantes, diga-se de passagem - do meu namorado. Lavei o pé, limpei o xixi do cachorro e fui até o quarto. Ele permanecia na mesma posição costumeira: atirado na cama. "-Poxa, já acordei, já tomei banho, já limpei o xixi do cachorro e você continua aí, deitado... você não cansa de não fazer nada?", falava gesticulando tanto que até me passou pela cabeça que minhas mãos que falavam por mim. Ele permaneceu com aquela cara de nada que ele sempre fica quando eu começo a implicar com ele "-Ué, diz pra mim uma coisa que você fez agora de manhã que eu poderia ter te ajudado, além de buscar a toalha que você SEMPRE, repito, SEMPRE esquece de levar pro banho? Ahhhh, por favor, não começa...". Enfrentando, era isso que ele fazia no momento. Ele estava enfrentando meu humor. "- Por que você está tão estúpido comigo?", perguntei eu com as lágrimas já rolando pelo rosto. "Aiiii meu saco, eu não estou estúpido, você acorda toda irritada e estressada e quem "paga o pato" sou eu...", não entendo como ele não tinha me mandando pra puta que pariu ainda. Continuei me arrumando pro trabalho, enquanto ele permanecia em estado de inércia. Resolvi fazer greve de silêncio, sexo, e o que fosse necessário para ele não ser mais estúpido comigo. "- Não vai mais falar comigo, amor?" perguntava o namorado, começando a vestir-se para ir trabalhar, "-Uhn-uhn..." respondi.
Passei os outros 30 minutos sem trocar nenhuma palavra, nem mesmo com meu inconsciente. Entramos no carro. Liguei o rádio. Ele odeia quando ligo o rádio de manhã cedo, diz que ele prefere música só depois que já acordou. Ele não reclamou, não falou nada, só colocou a mão sobre a minha coxa, enquanto mantinha a outra no volante. Começou a tocar uma música que eu, simplesmente amo "Como pode ser gostar de alguéme esse tal alguém...", comecei a chorar, na hora, como se estivesse descascando cebola. "-Tá chorando?", perguntou o namorado, olhando-me com ar de "já sei qual o problema dela de hoje". Eu odeio quando ele acha que sabe tudo o que acontece e passa pela minha cabeça "-Não, tô rindo.", respondi ríspidamente. "-Que bicho te mordeu hoje, meu Deus... quanta ignorância numa pessoa só.", ele deu o recado de "continua assim e vai dar briga" e calou-se. Fomos até o meu trabalho, sem trocar nenhuma palavra. Ele só suspirava alto, como se fizesse de propósito para eu ouvir. Eu ficava olhando para rua, ignorando a presença do motorista o tempo todo. Olhei pra minha calça, estava suja. Ok, o que mais faltava me acontecer hoje? Acordei atrasada, o meu namorado acordou de mau-humor, pisei no xixi do cachorro, calça suja... o que mais? Como se meus pensamentos tivessem sido ouvidos por alguma força maior, o carro parou. Congestionamento há 2 quadras do trabalho. "-Vou andando!", comuniquei ao meu excelentíssimo namorado. "- Poxa, vou ficar nesse congestionamento sozinho?", resmungou ele, fazendo manha. "-Ahhhh, nem vem, tô atrasada, fui!", complementei, numa "delicadeza" inexplicável. Sai do carro, bati a porta e fui caminhando em direção ao trabalho. A bolsa. Esqueci a bolsa. Olhei para trás, o carro permanecia no mesmo lugar. Voltei em direção ao carro, ele só me olhava através do vidro frontal, rindo. Aquilo causou-me uma sensação de fúria mortal, e ele deve ter sentido o meu olhar raivoso penetrar o vidro do carro. Abri a porta. "-Veio me dar um beijo de tchau ao menos?", ele falava e ria ao mesmo tempo, eu podia fuzilar ele, "-Não, esqueci a bolsa.", quando falei isso, olhei no banco do carro e a bolsa nem estava ali. "-Só se você esqueceu em casa, no carro ela não está.", a voz dele tinha um tom de implicância incrível. Entrei no carro com uma irritação visível, "-Não começa, cadê a minha bolsa?", meu tom de voz já estava alterado. "-NÃO SEI!", dessa vez quem alterou o tom de voz foi ele e continuou falando "-SE VOCÊ ACORDOU IRRITADA, DE TPM, SEI LÁ, NÃO DESCONTA EM MIM, E PONTO...". O congestionamento começou a desfazer-se, e o meu trabalho começou a ficar mais próximo. Não via a hora de chegar no trabalho, sair daquele carro e ir aguentar qualquer pessoa, menos o meu namorado. TPM. Pfff, de onde ele tirou que tenho isso? Besta. Ele estacionou em frente ao meu trabalho, desci do carro rapidamente, e ia dirigindo-me a portaria do edifício "-Amor, nem um beijo?", resmungou o amado. Fui até ele, inclinei-me na altura dele e dei um rápido beijo nos lábios dele, "-Chata!", ele completou de forma "carinhosa". Subi até o escritório, bufando de raiva. Entrei na empresa, passando reto por todos os colegas e fui direto ao banheiro. Fechei a porta com força - não bati por que não estava em casa - olhei-me no espelho e comecei a chorar. "-Por que homem e tão insensível?" falava comigo mesmo em voz alta. Fui até minha sala, liguei o computador. Cólicas. Muita cólica! Ri. TPM. Ele novamente tinha razão. Peguei o telefone e disquei o número dele. "Tuuuu... tuuuu...", "-Alô?", com aquela voz mais linda do mundo que só ele tem, "-O-0-oii, amor... sabe queria pedir desculpa...", como eu odiava isso. "-Tudo bem, tenta se acalmar, não vai surtar até de noite... hoje é sexta, amor...vai pensando em algo bem legal para gente fazer depois que você cantar lá no pub...", lindo, ele é lindo... "-Pode deixar...", respondi suavemente. "-Eu te amo, mesmo você sendo assim, tão insuportável...", já contei que ele nunca fala isso? Pois é, mas falou. "-Vai te catar, guri!". Desliguei o telefone. Insuportável? Eu? Tsc, mas eu o amo, mesmo assim.

Senta aí e toma um cafezinho.

A Fran, minha queridíssima mais nova amiga, passou-me um teminha de casa, bem gosto de fazer... responder ao "Meme" abaixo. Tá aí, né... pra quem quiser fuxicar um pouquinho nas minhas coisinhas.

Quatro trabalhos que tive em minha vida:
Manicure, maquiadora, operadora de call center e hoje - enfim - Líder de Operações
* Quatro lugares em que vivi:
Porto Alegre (0 à 10 anos) - Rio de Janeiro (10 à 11 anos) - Porto Alegre (11 até os dias de hoje)
* Quatro Programas de tv que assistia quando criança:
Show da Xuxa, o da Angélica - que não lembro o nome, Sérgio Malandro e Mara Maravilha
* Quatro programas de tv que assisto:
CSI Miami, Gossip girl, Gilmore girls e documentários em geral
* Quatro lugares em que estive e voltaria:
Florianópolis, São Paulo, Buenos Aires e Flórida
* Quatro formas diferente que me chamam:
Pri, Prisci, Priquinita e o mais novo apelido Prisqüila
* Quatro pessoas q te mandam correios quase todos os dias:
Ju, Alison, O namorado e Web Noivas ¬¬
* Quatro comidas favoritas:
Feijão, Strogonoff, Churrasco, Sushi e Sashimi - comida todo mund consegue citar mais de 4 itens, que horror!
* Quatro lugares em que gostaria de estar agora:
Londres, Paris, Buenos Aires e nos braços do meu querido.
* Quatro coisas que espero que esse ano eu possa:
Tirar FINALMENTE a carteira de motorista, conseguir me mudar para SP, conseguir dinheiro para fazer a faculdade e emagrecer, claro!
* Quatro amigos para responder:
Báaaaaa...passo essa, posso pedir ajuda aos universitários?!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Yeah, it's really love.

Descobri que sou uma pessoa exagerada, e acredite isso foi bastante chocante para mim. Vejo defeito em tudo - e em todos - irrito-me com as manias dos outros e, sinceramente, achava que eu ficaria solteira para sempre - olha o exagero aí - por não conseguir me relacionar com ninguém que me agradasse por completo - aquela coisa de gostar até dos defeitos. Pois bem, passei a pensar que eu estaria melhor sozinha. Pra variar, assim como ocorreu anteriormente com todas minhas incríveis constatações, novamente, eu nunca estive tão errada em toda minha vida. Ele tornou impossível pra eu se quer tentar amar outra pessoa de agora em diante. Claro que isso não significa que eu amo até os defeitos dele - eu realmente não amo - mas aprendi a suportar. Aprendi que um relacionamento maduro não se faz só de momentos fofinhos, beijinhos e abraços e passeios olhando o pôr-do-sol. Relacionamentos continuam sendo complicados. A essência do relacionamento não mudou, o que mudou foi o modo com que penso e ajo em relação a ele.
E, agora, eu não sei o motivo pelo qual o deixei antes - até sei, eu era uma menina doida, doida doidinha e imatura, vale ressaltar. Quando sai do carro dele, batendo a porta com força, eu pensava que eu poderia substituí-lo facilmente. Na realidade, foi exatamente o que fiz. Mas nem ele - o ex - nem ninguém conseguiu me amar da forma pura e intensa que ele fazia - sentia - com a maior naturalidade. Ele sempre me amou sem motivos e sem porquês. Então percebi que eu estou mimada pelo amor desse garoto. Não importa o quanto eu tente mudar a minha mente, não importa qual seja a razão, é só uma perda de tempo. Eu estou mimada pelo toque, cheiro, língua, lábios... dele. O amor que ele me dá, envolve-me com uma serenidade, que é completamente difícil de confrontar. Eu tentei me convencer que o esqueceria numa semana ou duas, mas isso foi há 3 anos atrás.
Eu nunca tinha visto o amor tão personificado como eu vejo nele. E eu estaria apenas me fazendo de tola se eu tentasse acreditar que haveria espaço no meu coração para mais alguém... e blá, blá,blá... blá,blá,blá... Eu e amo e ele e ponto

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Maybe it's love.

Acho incrível a necessidade que temos de adjetivar até os sentimentos que nos afetam. Confesso que comigo isso não se faz diferente. Estava eu, sentada no sofá e assistindo televisão, afagando os "cabelos" dele e, pra variar, comecei a pensar o que seria aquele punhado de sensações que ele tem me proporcionado. Comecei então a listar - na minha cabeça - como definimos o amor. Parece - e na realidade até creio que seja - prepotência da minha pessoa tentar definir um sentimento indefinível, mas tenho que tentar entender o motivo pelo qual eu não confesso que o que eu sinto por ele, realmente, é amor. Nessa "altura do campeonato" a televisão já era somente um objeto fazendo barulho, e a novela já nem me prendia a atenção. Passei então a adjetivar o amor. Compreendê-lo, conhecê-lo profundamente, ouvir cada pensamento, ver cada sonho e saber dar-lhe asas quando ele quiser voar, é algo que não costumo sentir com tanta freqüência por alguém. Sinto-me repousando mesmo quando estou desamparada dos braços dele. A necessidade que sinto em dizer-lhe o quanto ele realmente é desejado por mim a todo momento, é uma verdade que não consigo mais esconder nem de mim, nem de ninguém. Ele é o único que põe um sorriso no meu rosto e faz com que um simples olhar transforme o meu dia. Ele precisa de mim para dizer-lhe que, dessa vez, vai durar para sempre. Eu preciso dele para fazer com que ele faça durar para sempre. Sei exatamente como segurá-lo, e ele sabe exatamente como preciso ser tocada. Preciso respirá-lo, sem cautela e sem moderação. Sinto necessidade em saboreá-lo, famintamente, não querendo desgrudar-me do corpo dele nem por um segundo. Já consigo sentí-lo em meu sangue e quando olho nos olhos dele, posso ver nossos filhos que ainda não nasceram. Então, sinto que tudo o que ele precisa é de um pouco de confiança, abraços bem apertados, ternura até ao falar. Hoje sei que, sendo assim, ele estará sempre ao meu lado, cuidando bem de mim e fazendo com que eu perceba que eu o amo, cada diz mais. Ah, eu amo... e como amo.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Você não me entende.

Eu estive acordada a noite toda, pensando em algo que pudesse amenizar nossa situação. Os pensamentos -negativos, claro - rondavam minha cabeça, fazendo com que eu pensasse que estava prestes a te perder. E cada vez que eu abria a boca para argumentar o que você me dizia, você me olhava com os olhos molhados, como se estivesse entendendo tudo ao contrário. Passei a madrugada tentando compreender como uma simples discussão pode fazer com que nós saíssemos tão machucados? Perguntava-me como, nesta nossa cama, coube um mundo entre eu e você? Nós dissemos "boa-noite", mas o silêncio era tão íntimo que se conseguia cortar com uma faca, podíamos ouvir as nossas respirações, mesmo estando em cômodos separados.
O cansaço que a briga proporcionou ao meu corpo, faz com que eu reflita que, agora, você finalmente é o único que meu coração pode - e quer - sentir. Coloquei toda minha confiança em suas mãos, junto com um punhado de esperança e você transformou isso em felicidade plena. Chegue perto de mim, olhe nos meus olhos, cá estou, para você, toda, tua, nua, intensa, exata, só para você. Você não me entende, meu querido, não quero enchê-lo de palavras, veja nas minhas atitudes o quanto eu quero você. Você parece não saber que preciso demais de você, como se ignorasse o fato de que eu tenho passado meus dias respirando você. Você não entende que meus sentimentos atingiram o clímax da satisfação, meu amor.
Então, a manhã chega e você está procurando por mim na nossa cama como se tudo estivesse igual. Permito-me acreditar que as coisas não vão mudar, e isso me causa uma sensação de alívio. Alívio em saber que você está ao meu lado e não pretende sair. Quando você beijar minha boca e puxar meu corpo para perto, quero que sinta meu coração acelerada e saiba que ele vem pulsando somente por você. Talvez não haja jeito de sanarmos cada um o medo do outro, então cada vez que você sentir medo de me perder, abrace-me e saberás que não vou mais te deixar. Por que pra você é tão difícil notar isso? O mundo todo já sabe, meu amor.
Finalmente, a nossa solidão encontrou um novo amigo e nos abandonou para que possamos viver somente para dedicar-se ao nosso amor. Só peço que você perceba que vivo pelo seu toque e que é você quem quero amar. Entenda que meus sonhos e as coisas em que acredito, eu quero construir junto a você.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Só dele.

Eu, sinceramente, odeio aquele monte de fechaduras que ele colocou na porta do apartamento. É extremamente irritante perder, praticamente, 5 minutos do dia, fechando e abrindo fechaduras. Mesmo já estando irritada no início da manhã e estar quase atrasada pro trabalho, tentei respirar e ver algo de bom em toda aquela situação. Eis que enquanto eu tento fechar a porta e segurar a bolsa e a mochila, a vizinha da frente abre a porta. Eu já a conheço há uns 4 anos, e sei que ela somente abriu a porta para verificar o que estava acontecendo no corredor - de repente por que deixei cair o molho de chaves no chão mais ou menos 4 vezes, o que causou certo barulho. Ela me olha com aquele ar de bisbilhoteira e solta a frase: "Você é a mulher do D.? (preservarei o nome do amado para nossa privacidade), eu olhei para trás, tentando segurar o riso. Meu deus, mulher? Creio eu que nem sei o que é ser, realmente, mulher de alguém. Achei a pergunta dela extremamente estranha, virei para ela e disse: "-Mulher dele?", ela afirmou positivamente com a cabeça e completou: "-Pensei que sim, está na casa dele há quase uma semana." Após tal comentário, neguei-me a dirigir qualquer palavra para a vizinha - que está hora já me parecia a bruxa do 71. Como pode alguém, ter tempo suficiente na vida, para controlar a hora que entro e saio do apartamento dele?
Milhões de perguntas vieram a minha cabeça. Eu não sei nem exatamente ao certo se já estamos namorando, mas creio que esse excesso de convivência e intimidade devem-se ao fato de já termos vivido um relacionamento há alguns anos atrás. Sinto-me otimamente bem ao lado dele, na realidade não gostaria de desgrudar dele nem para ir trabalhar - ok, isso realmente se faz necessário - mas será que eu já estou preparada pro relacionamento que estamos trilhando? Tudo bem, as coisas vêm fluindo naturalmente, sem pressa e sem pressão alguma, mas aquele medinho de sofrer ainda faz eu me recolher um pouquinho no meu casulo.
Quando nos reencontramos, eu sei que não estava procurando nele alguém para conversar. Tenho meus amigos, estou mais do que bem em relação à isso. Tenho mais do que uma mulher poderia desejar, vivo meus sonhos, busco por ele e faço questão de não seguir todos os conselhos que derramam sobre mim. Então, ele entrou na minha vida, assim não mais do que de repente e me mostrou que eu estava sentindo falta de sentir algo real. Mostrou-me que tudo que eu precisava era de alguém que me visse - e aceitasse - tal como eu sou. E agora tudo o que peço quando vou me deitar e para não mais acordar sozinha, sem o corpo dele do meu lado. E quando a saudade bate, e o medo se faz presente, eu sei que a qualquer momento ele vai entrar pela porta de casa - da nossa? ou da dele? já nem sei mais - e me sorrir aquele sorriso que me deixa em completo frenesi, tomando meu corpo como se eu fosse o que ele mais quer no mundo - e eu sou!
Sei que a resposta para todas essas minhas inseguranças é na realidade a dúvida - idiota, confesso - em saber se com ele é, realmente, pra valer. Então, eu tenho a certeza de que logo lhe darei todo o amor do mundo, pois ele me conquista e cativa cada segundo mais. Muitas vezes me perguntei se o amor é uma ilusão, que faz com que passemos pelos dias mais solitários, mas ao lado dele vejo que não é. A solidão que o dia causa dentro de mim é somente a saudade que se manifesta em mim por não estar do lado dele. Não posso criticar, não tenho dúvidas ao que ele sente. Minha imaginação - e imaturidade - apenas me roubou - ou quem sabe postergou? - os momentos que eu viveria ao lado dele hoje. Sei que o amor dele manteve-se "para sempre" mesmo durante todos esses anos que estivemos separados, então como pude, um dia, ter tido coragem de jogá-lo fora? Sou humana, e toda pessoa que faz jus à sua espécie, faz cagadas na vida.
Então, fui caminhando pelo corredor do prédio, parei próximo às escadas. A vizinha continuava na porta, olhando para mim, como se esperasse uma resposta. Olhei para ela e sorri: "-Sou dele! Não se faz necessário nenhum tipo de classificação...", mas mesmo assim continuei irritada com o fato dela estar vigiando os corredores do prédio.

domingo, 21 de setembro de 2008

Quando a gente gosta tudo são flores, amores e blá blá blá.

Lavar louça nunca foi uma das minhas atividades favoritas, mas quando, praticamente, compartilhamos uma casa com alguém, temos que ajudar até nas tarefas domésticas. Após um delicioso almoço, eis que ele só me olha e diz: "-Lavar ou secar?", como tenho verdadeiro asco por secar louça, lá fui eu pegar na esponja. Ele consegue fazer com que eu sinta-me bem até lavando louça, o que é algo um tanto preocupante, visto que sou uma preguiçosa nata. Entre um prato lavado e uma colher secada, um beijo e junto do beijo minha cara completamente boba. Felicidade é algo realmente muito peculiar. Ela não avisa quando vai chegar. Deparamo-nos um dia chorando, achando a vida uma total desgraça - bem estilo dramalhão mexicano - e no outro sorrindo e achando tudo perfeito. Claro que mergulhar de cabeça em águas desconhecidas pode ser arriscado, mas e quando as águas já são pra lá de conhecidas e você sabe exatamente como lidar? Felicidade total. É um tanto engraçado este sentimento interior que vem me invadindo cada dia mais e mais. Eu não sou do tipo de pessoa que consegue esconder facilmente as sensações que rondam o meu ser, mas sinto que não estou transparecendo a ele tudo o que ele me faz sentir ao seu lado.
Não tenho criado muitas expectativas, nem tenho esperado muita coisa, mas se tivesse que agir de uma forma completamente passional, aceitaria hoje mesmo o pedido que ele me fez de manhã: "- Por que tu não vem morar comigo?". Não, dessa vez, vou procurar a razão antes da emoção. Como diz minha mãe, "no início tudo são flores...".
Então ele me dá aquele sorriso e age daquele jeitinho ranzinza e perfeccionista, encantando-me por completo, e por fim, vejo que nossos defeitos e qualidades somam-se de uma forma que tornam nossa convivência maravilhosa. Bate-me, de repente, um medo de perdê-lo por não suprir as expectativas dele. Sei que ele me ama, sei que ele sabe que ainda não o amo. Como mostrar para ele todo o sentimento que ele fez brotar e crescer dentro de mim? Como fazê-lo perceber que o que vive em mim, ainda não é amor, mas é forte o suficiente para eu querer tê-lo ao meu lado o tempo todo? Queria ser uma escultora para poder esculpir esse sentimento e mostrá-lo que é tão lindo quanto o sorriso dele. Quem sabe se eu fizesse poções e o fizesse tomar uma, ele se embebedaria com esse sentimento que me invade e provaria do gosto que sinto nos lábios, quando os lábios dele tocam os meus. Eu sei que não é muito, porém é o melhor que eu posso fazer, pra te mostrar o quão grande é essa emoção, meu presente são estas palavras e ela são para você. E não me importo mais em esconder nosso romance, quero que ele conte para todo o mundo que eu sou novamente sua mulher. Sei que talvez isso não seja tão importante, mas não quero mais escondê-lo, pois sei que é com ele que os bons sentimentos fluem em mim. Sei que ele não gosta muito dessa forma de demonstração de carinho, mas eu espero que ele não se importe que eu tenha colocado em palavras como a vida é maravilhosa agora que ele está no meu mundo. Sentei-me na rede, e o embalo dela foi me proporcionando inspiração. É tão difícil conseguir colocar num papel exatamente o que se passa dentro de mim, mas o sol estava adorável enquanto eu escrevia este texto e fez com que tudo fluisse.
Cada toque, cada beijo, fazem com que eu perceba de que são para pessoas como ele que devo fazer com que minhas palavras e pensamentos permaneçam vivos. Não quero permanecer muito tempo afastada dele, então o que eu realmente quero dizer é que os olhos dele são os mais doces que já vi... e são os únicos que hoje me fazem sorrir.

sábado, 20 de setembro de 2008

Tudo assim tão desigual.

Fiquei parada durante horas, sentada na cadeira em frente ao computador do quarto dele, admirando ele dormir. Todo encolhido embaixo do edredom verde quentinho, com aquela cara de bravo - que até dormindo ele tem. Incrível como aquele quarto, aquela casa, permaneciam intactos, da mesma forma que estavam desde que terminamos. As fotos nos porta-retratos, o pijama que eu tinha deixado lá, as pantufas embaixo da cama. Tudo como estava quando parti. Não que ele não limpe a casa, não é isso. Mas ele não se desfez de nada que eu deixei. Ele não mudou nada de lugar, como se os objetos tivessem sido uma maneira que ele encontrou de ter minha presença por perto. E isso me delicia, delicia-me por completo. Deixa-me com sorriso bobo no rosto.
Começo então a entender o real sentido do amor. Amor não é palavra, é atitude. Ele nunca foi de fazer-me grandes declarações, nem de recitar-me poema algum. Palavras para ele sempre foram desnecessárias. Ele odiava qualquer tipo de DR, e odiava os Eu te "amo's" que eu tanto cobrava dele. E foi assim que terminou: "Você não me ama! Você nunca fala pra mim" eu gritava, esperneava, com os olhos molhados e a pele exalando raiva. Ele me olhava de modo desorientado: "-Não falo mesmo, não gosto de falar... acho desnecessário, sempre te disse...", ele dizia pausadamente. Aquele jeito dele de nunca se irritar e abalar com nada, agredia-me e atiçava-me a irritação. "- Quero ir pra casa, agora!", e foram essas as minhas últimas palavras.
Agora, parada ali, olhando aquele apartamento, eu via e entendia todas as minhas interrogações. Passou pela minha cabeça, como se fosse um filme, tudo o que a gente tinha vivido junto. Lembrei-me da vez que liguei para ele às 2h da madrugada querendo vê-lo e ele passou na minha casa 20 minutos após isso. Lembrei-me do dia que atravessou a cidade só para me dar um beijo no intervalo do curso pré-vestibular. Atitudes, ações. Ele sempre fez um punhado de coisas para demonstrar que me amava, e eu clamava por palavras.
Namorei alguém após isso que me enchia de palavras. As melhores palavras que podiam existir. Palavras que não foram verdadeiras. Esse alguém nunca me amou, e mesmo assim eu continuava acreditando em palavras. Nunca vi atitude alguma, o "alguém" havia sido bom mesmo com palavras.
Hoje isso martela na minha cabeça. Sempre cobrei palavras dele, e nunca dei valor às atitudes que demonstravam o quanto aquele homem me amava. Injusta. Fui injusta com o único cara que me amou de verdade em toda a minha vida. Mesmo assim, ele estava ali, dormindo e esperando o meu beijo de bom dia. Isso é amor. Agora tudo tornava-se claro novamente. Amar definitivamente não era alimentar ilusões, amar é dedicar-se a quem você ama. Amar não é recitar belos versos, amar é dar um abraço e aconchegar quem se ama, sem dizer uma palavra. Amar não era querer, incondicionalmente, o "pra sempre", amar é dedicar-se, completamente, ao "agora".
Aquele quarto, sala, cozinha e banheiro, todos com a minha cara. Sobre a mesa de cabeceira, a foto dos dois deitados na rede. Na estante, o primeiro sapo de porcelana que comprei de presente pra ele - sim, ele ama sapos! Cada cômodo um pouco de mim, ou uma lembrança de nós dois. Passaram-se 3 anos e o cara que não me dizia "Eu te amo!" e não dedicava poesias, continuava apegado à mim. Amor. Amor mesmo, não paixão.
Assim como o sentimento dele permaneceu intacto, as minhas reações ao lado dele também permaneceram. E é incrível, pois eu continuo não entendo o porquê que tudo que ele faz, faz com que eu queira sorrir. Eu não posso não gostar de certas coisas em algum momento? Não compreendo o porquê que quando eu o chateio, ele somente me cala com um beijo, fazendo com que eu esqueça por que a discussão começou. Não entendo por qual motivo ele me ama sem porquês, e por qual motivo eu preciso tanto dele a todo momento.
A mágica do olhar dele me afeta de tal maneira que me deixa cheia de interrogações. O beijo enfraquece-me, tornando-me uma menina ao lado dele. Impossível que alguém me conheça de forma mais profunda, pois ele sabe a forma exata de me agradar desde o jeito com que enlaça o braço na minha cintura até o jeito que ele cuida de mim quando não estou bem. Creio que é por todos esses motivos, que ele sempre me encantará.
Estou sentada nessa cadeira, há 1 hora pelo menos, procurando ainda as respostas para tantos porquês e interrogações, então ele acorda, espreguiçando-se e reclamando: "Já está acordada? Vem pra cama...". Aquele jeito ranzinza de ser, e as palavras em tom imperativo já não me abalam. Ele é o homem que realmente sabe - e sempre soube - como me fazer bem. Então deito do lado dele, e o beijo dele novamente cala meus pensamentos, fazendo-me perceber que não existem respostas para minhas interrogações, existem atitudes.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Que fluam os sentimentos.

Fechei-me pro amor. Não que eu não acredite na existência desse sentimento surreal, mas eu, simplesmente, achava que eu não estava preparada emocionalmente para sentir dor novamente. Nunca pensei que algo desse naipe fosse me causar um trauma dessa forma. Já pensei em traumas, mas de forma mais "palpável" e violenta. O amor é algo violento? Não, não penso que seja, mas devastou-me internamente por completo. Passei noites pensando que sofrer desse modo, uma única vez, já era o suficiente. Constatei que foi tudo em vão - o trauma, o medo, o casulo que criei à minha volta. O tempo passa, e por mais incrível que pareça, a dor também. Aquele velho - e sábio- ditado que sua vó já falou para sua mãe, e sua mãe, por vez, falou para você, é real. O tempo cura tudo. Então, algo aconteceu. Pela primeira vez - após alguns anos sem vê-lo - eu estive com você. Meu coração se derreteu pelo chão, como se agora apalpasse - coração apalpa? whatever! - algo real. Já nem ligo mais pra promessa que fiz com minha imagem refletida no espelho. Não, definitivamente, não quero ser cética em relação ao amor. Amor é vida, é sorriso, é olhar, é carinho. Se faz sofrer de forma dolorida, não é amor. O sofrimento que o amor causa é saudável. É aquela dorzinha no peito esperando uma ligação. É aquela saudade que corta por dentro.
Não, não estou apaixonada. Apenas não estou mais criando barreiras para te manter afastado. Para falar a verdade, nem sei o que vai acontecer. Planejamentos! É exatamente disso que eu não preciso agora. Quero viver, cada dia, intensamente. Amanhã? Dane-se, o que me faz forte nesse momento é o meu "agora", e é nele que quero me focar. Meu coração estava trancado por uma veia, que impedia que qualquer sentimento entrasse nele, mas impedia também que qualquer sentimento saísse. Então, você me lança esse sorriso e abre passagem, desobstrui esse entupimento nocivo e eu deixo fluir. Que flua a passagem e saída de sentimentos. Que saía a dor e entre a calma. Que caiam as lágrimas e brotem sorrisos. Que saia ele e entre você.
A dor esvaindo-se do meu peito, fala alto. Eu tento muito não ouvi-la, mas ela fala muito alto. O som cortante enche meus ouvidos, dizendo-me para não me entregar. Tenta me encher de dúvidas. Eu sei que o objetivo dela é me proteger das decepções. Mas, nesse momento, nada é maior - e melhor - do que o risco que vem do seu abraço. Por mais que eu veja o rosto dele aonde quer que eu vá, é o seu rosto que me proporciona a paz que me invade por completo.
Você está "drenando" toda a dor que eu tinha em mim. Você não espera nada em troca. Você alimenta meus anseios. Você renasce o meu eu. Finalmente, você desperta a minha vontade de ter alguém, novamente.
A sua calma transformou minhas feridas em cicatrizes. Eu não as escondo. Não as omito. Eu já amei alguém. Não escondo nem de mim, nem de você. Confesso que até pensei, por muito tempo, que não poderia viver sem ele. Que não poderia amar sem ele. Mas você chega com esse sorriso, e arrebata todo o meu ser. Agora percebo que doeu muito, mas cicatrizou, e sorrio. Tudo ficou bem com o tempo. Vou sorrir, e fazer você sorrir também, pois você merece.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Receba seus aplausos.

Estive pensando, não sou aquele tipo de mulher que se encanta e admira qualquer coisa, mas você, ahhh, você... confesso, você merece. Então, que tal uma salva de palmas? Gostaria que todos se pusessem de pé e aplaudissem você. Por que? Vou contar, querido.
Você parece tão idiota toda vez que resolve vir atrás tentando se desculpar. Sinceramente? Você fica tão feio quando "chora", mas não tente fazer com que eu acredite que isso realmente é sincero... Por favor, corta essa! Então, você se re-aproxima, com aquele jeitinho de amante depressivo, tentando convencer-me de que você está arrependido. HAHAHA... Não, você não está... Sei que o seu arrependimento surge por que FINALMENTE você foi pego. Mas você costumava montar o seu showzinho de sentimentalidades e realmente me fazia acreditar que você podia ser melhor. Mas agora é hora de ir, as cortinas finalmente estão se fechando. Aquilo foi mesmo um show, muito interessante, mas agora acabou! Meu amor, siga em frente e receba os aplausos!
Pegue suas poesias e palavras falsas e saia da minha vida. Já ouvi suas desculpas patéticas mais de um milhão de vezes, você realmente acha que sou tola? Falando a todo "Guria, eu te amo, você é única", isso até parece encantador, mas vindo de você, agora, causa-me repulsa. Por favor, o que mais vai dizer?
Agora que você está sem saída, que sua máscara está caindo, que sua dor está alimentando o meu sorriso, você grita que nunca me amou e espere que eu vá chorar? Não, amor... Tuas reações são tão previsíveis quanto as tuas atitudes.
Não posso deixar de premiá-lo, enquanto durou, foi um belo show. Parabéns! Dedico o prêmio de melhor mentiroso para você, por me fazer acreditar que você poderia ser fiel a mim. Vem cá, receba seu prêmio, estou ansiosa pelo seu discurso.
Foi mesmo um show muito interessante, mas agora acabou. Siga em frente, receba os aplausos e vá para casa, montar seu próximo espetáculo, pois esse show, já acabou.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Estranho é gostar tanto do seu all star azul.

Reencontros sempre causam algum tipo de expectativa nas pessoas. "Como vai ser?", "Será que é a mesma coisa?" são uma das perguntas que ecoam na nossa cabeça, conforme a hora de se reencontrar vem chegando. Acontece que, dessa vez - confesso que foi a primeira vez que aconteceu desse modo- eu não esperei nada. Não esperava um toque, um beijo, um abraço. Tudo aconteceu, simplesmente, aconteceu. O beijo não estava sendo esperado, não foi programado eu dizer tal coisa e como resposta ganhar o beijo dele. Não. Os lábios se tocaram com uma simples troca de olhares entre tentar prestar atenção no filme e esperar a pizza ficar pronta.
Cheguei a conclusão de que a expectativa mata a real espontaneidade de um encontro. Por que esperamos tantas atitudes de alguém? Por que não contentar-se em esperar... esperar o que vai acontecer, esperar o que vai se sentir quando estiver ao lado da pessoa.
Os abraços foram confortantes, como se o mundo não mais importasse. A paz que invadiu a sala, naquele momento, fez com que os problemas sumissem dos meus pensamentos. Os braços dele envoltos no meu corpo - que no momento estava gelado por causa do clima ameno da cidade ¬¬ - causavam-me uma sensação de proteção que há muito eu não sentia. Eu estava feliz, novamente, feliz. Abri um largo sorriso, o que fez com que ele me perguntasse imediatamente o porquê das risadas. Eu o corrigi: "-Não estou rindo, estou sorrindo." e ele: "-Por que?". Nada respondi, não tinha o que falar, eu estava feliz, somente. Beijei-lhe a boca, mordiscando com carinho e aproveitando aquele momento mágico.
A presença dele esclareceu a minha mente, acalmou os meus sentimentos, como se o mar entrasse na minha casa interior, lavasse as mágoas e me trouxesse calma. Subitamente, toda a dor se esvaiu. Até quando? Não sei. Já não importa. Ontem fui feliz, e hoje continuo sendo.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

A boa garota ficou má? Uhum.

Não importa o horário que eu tente ligar, se ele não estiver "disponível" para mim naquele momento, ele não atenderá. Após inúmeras lágrimas e ligações, ele retorna, inventando qualquer desculpa barata:"- Amor, estava no banho, falando ao telefone, conversando com a mamãe...". Sempre acreditei, mas agora? Não, não. Ele some quando está vitimando outra pobre garota. Palavras belas, poesias dedicada à cada uma... Caráter? Zero. Poderia até completar dizendo que ele é cruel, mas não... ele é ele, espero que isso não o ofenda. Quantas noites passei esperando por ele, enquanto ele estava com os amigos em uma farra qualquer. Ele conecta e a conquista começa, ela vai sentindo-se envolvida e ele curte o jogo, mais e mais. Calma, espere, logo ele ganhará outro troféu. Todas são as mais belas e amavéis do mundo, hoje, sinto dizer, mas sei que ele é o mais cachorro. Embebeda ela, afogando-a com o "amor" indescritível que ele diz sentir, ela logo estará apaixonada. Quando a vítima estiver no ponto, ele parte para outra - mais outra. Ela é apenas mais um "caso", e ele logo colocará o coração dela na sua estante. PARABÉNS, MAIS UMA!
É fácil para uma garota boa ficar má, e uma vez que ela se torna assim, pode acreditar que ela se torna pra sempre. Ele não deveria querer ser a razão para que isso aconteça, melhor ele aprender como nos tratar bem... ou então, aguentará as conseqüências. Ele me transformou numa garota má, e é para sempre. Ele foi firme ao me dispensar. Suas doces palavras transformaram-se em risadas maquiavélicas. Ok, pode ir embora... logo ele voltará. Por meses, aguentei milhões de e-mails e recados das suas conquistas, mas agora não mais. Passou minha vez, perdeu sua chance. Ele sabe que nunca conseguiu enganar-me por completo, e no fundo acho que isso o fez se apaixonar por mim, mais e mais. Até tentei acreditar nele algumas vezes, mas continuei achando números de telefones e recados dúbios. Enfim, eu não posso mais aguentar, não quero mais aguentar. Vá!!! Continue com a falsidade crônica e a maldade no falar, cansei de ser um dos troféus dele.
Então, ele pensa que vai me ganhar novamente, ele pensa que vai me tocar novamente, mas só o que ele vê é um recado explícito de ADEUS dizendo que é o fim. Eu fiz minha parte, mas ele não quis ser melhor, então: tchau.
Por fim, cansei de escrever para "ele" vou escrever para "você": foi você quem me transformou numa garota má, e é para sempre.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Não tenho mais tempo.

Ele pensa que os dias dele são monótonos. Passa horas divagando que falta-lhe sentido à vida. Explica-se dizendo que não quer mais nada com ninguém, mas na verdade quer, na verdade tem, na verdade é - de outra. Ele pensa que ninguém pensa nele... Ele pensa que ninguém pensa em mim. Eu, finalmente, vou encontrando forças para seguir meu próprio caminho. Eu, finalmente, aceito que - no momento - devo seguir sozinha pelo meu próprio caminho. Ele continua pensando que os dias dele são comuns, e lamenta-se por não conseguir ser diferente por mim. Pergunto-me então, se ao menos ele tentou? Que seja, isso já não importa. Os problemas que enfrentamos são distintos, mas cada um nos fere na sua devida proporção. Nós todos somos iguais, e nos machucamos do mesmo modo. Ele volta a pensar que ninguém nunca pensa nele, enquanto eu mal posso respirar sem ele por perto, mas eu vou tentando. No fundo sei que o desprezo que ele emana sobe mim hoje, são as lágrimas que suplicarão o meu amor novamente amanhã. Sorrio e digo que não tenho tempo para ele agora, não, não posso mais. Penso nas pessoas solitárias, e procuro achar formas de não pensar em mim como participante desse contexto. Então penso no dia que eu o encontrei e menti para mim mesma que tudo ficaria bem. Com o castelo que contruí com tijolos de ilusões, pintei um universo onde só eu morava, só eu. Então, vi tudo se dissolver ao meu redor, e percebi que por muito tempo não tive tempo para perceber que só eu vivia aquele amor. Então, quando ouvir aquela doce voz ao pé do meu ouvido, dizendo que me ama, direi que não tenho tempo para ele agora, não quero mais, não consigo mais, vou me reconstruir. Pessoas solitárias rolam ladeira abaixo e eu continuo vendo-me no meio delas. Meu coração estava aberto para ele, mas novamente eu o fechei. Não tenho tempo para cuidar dele nem do seu coração. Estou ocupada, colando os pedaços do meu.

Digitais.

Eu estava aqui tentando não pensar no seu sorriso, mas me peguei sonhando com sua voz ao pé do ouvido e te liguei. Encontro-me tão ferida, e um dia já te vi também em carne viva. Será que não tem jeito? Esse amor ainda nem nasceu direito, pra morrer assim.
Se você pudesse ter me ouvido um pouco mais. Se você tivesse tido calma pra esperar. Se você quisesse poderia reverter. Se você crescesse e então se desculpasse. E se você soubesse o quanto eu ainda te amo, mas meu coração não aguenta mais. Pensando bem, não vou voltar atrás, raspe dos teus dedos minhas digitais. Eu não quero mais voltar atrás, apague da cabeça o meu nome, telefone e endereço. Fato que após tudo o que sei, não consigo mais viver com você. Arranque do teu peito o meu amor cheio de defeitos. Mata-me essa vontade de querer tomar você num gole só. Dói fundo na alma essa lembrança das suas mãos em minhas costas, sob o sol da manhã. Você já me dizia: conheço bem as suas expressões. Você já me sorria ao final de todas as minhas canções, então por que agiu de tal modo?

Hoje.

O desenho que a chuva faz quando bate na janela do meu quarto, causa-me uma inquietação revoltante. Estou há horas sentada perto da janela, olhando pra rua... não, minto... não olho pra nada, somente olho. As lágimas nem rolam mais pela minha face, acho que já sequei por dentro. Por que os relacionamentos terminam dessa forma? Como um mesmo alguém pode ser responsável um dia pela tua maior alegria e felicidade e no outro pelo inferno que sua vida se transformou?
Nossa aliança de noivado rola de uma mão para outro, e já não encontro forças para nem ao menos tentar colocá-la no dedo - só pra ver como fica. Os dias em que vivi sorrindo ao lado dele, hoje estão embaçados, pelas lágrimas que existem na minha alma. Por alguns momentos, pensamentos de nós dois juntos rondam minha cabeça e sorrio. O sorriso dura poucos instantes, pois o choro chega para borrá-lo, como se não permitisse que o meu riso existisse.
Dói. Há 1 ano e 6 meses, não tem um dia em que não acorde angustiada, e para ser sincera, já houve noites que deitei para dormir, pedindo a Deus para não mais acordar. Soa-me como se esse amor me estigmatizasse o tempo todo. Como se eu estivesse pagando por um pecado que cometi, e ao pensar nessa possibilidade só lembro-me de tê-lo amado - ainda amo - incondicionalmente.
Já perdi noites e dias, semanas e meses, pensando em algo de errado que eu pudesse ter feito, mas nada me vem à cabeça. E quando ouço a voz dele, tudo fica calmo novamente, meu coração acelera e meu corpo amolece, como se sofrimento já não mais existisse.
A sensação de felicidade sempre dura pouco. O telefone é desligado e um turbilhão de mágoas e lágrimas volta à tona. Dói, novamente.
Até onde esse amor me faz bem? Não sei, para falar a verdade, nem sei se me faz bem. Fato é que não existe algo no mundo que eu deseje com maior intensidade do que vê-lo, novamente. Ninguém entende, mas os beijos dele, os abraços dele, o sexo com ele, tudo era ótimo. Tudo deixava-me num estado de frenesi enlouquecedor. Porém as ligações não atendidas, as mentiras e traições fazem-me viver numa atmosfera de insegurança e tristeza.
Amo. Amo-o como nunca amei ninguém, e nunca irei amar. Para ele, doei-me por completa e são só dele os meus carinhos. Mas o amor que sinto por ele, que outrora fazia-o exibir aos quatro ventos, hoje causa vergonha - ou não sei o que - e o faz esconder de todos que existe alguém que o ama.
Será que os novos amigos sabem que eu existo, ou até mesmo existi na vida dele? Os velhos amigos sabem, mas o contato com eles já é escasso, praticamente inexistente. E todas as meninas que ganham dele o carinho que eu venero, sabem que eu fui - ou sou? - o amor da vida dele? Deixem-no em paz. Ele é o meu preto, meu amor, meu neném... meu tudo.
NÃO! Retiro o que disse, quando ele quiser - se quiser - ele volta atrás e lembra que o sonho que hoje vive somente na minha cabeça, um dia já foi - e pode ser novamente - realidade.

domingo, 14 de setembro de 2008

Queijo quente, café preto, lençóis brancos.

A manhã estava ensolarada, como se o dia tivesse sido escolhido a dedo para alegrar dois corações apaixonados. O sol já batia sobre a cama, banhando com um terno calor, nosso ninho de amor. Meu corpo nu, estava estrategicamente coberto pelo lençol branco e os meus cabelos escurtos espalhavam-se pelo travesseiro. Tento abrir meus olhos, vagarosamente. O cansaço se apossava do meu corpo, mas a vontade de amar aquele homem era maior. Com os olhos semi-cerrados, deslizo minha mão pela cama e nada encontro ao meu lado. Abro os olhos, rapidamente, o coração pulsando agoniado. A insegurança era tanta, que hoje, só de pensar, repugna-me. Sento na cama, tapando os seios com o lençol, cabelos desgrenhados de tanto serem alisados, puxados e amados pelo meu homem. Abro um sorriso, ali está ele, sentado à porta do banheiro do quarto, sorrindo pra mim.
"-Bom dia! Você é ainda mais linda ao acordar... estava horas sentado aqui, admirando seu corpo em repouso...". Olho no relógio do celular dele, são 7:40h. "-Nossa, você não dormiu? Por que acordou tão cedo?" disse eu, "-Não consegui dormir, passei a noite em claro, olhando você... levantei da cama, mexia-me muito, não queria te acordar..." disse ele, "-Trouxe café." ele completou.
Olhei sob a mesa de cabeceira, um copo com café quente, já adoçado, e uma embalagem de isopor com um queijo quente (que aqui no Sul, nós nomeamos de Torrada). Sorri para ele. Aquilo só podia ser um sonho. Passei meses, madrugadas, trocando palavras de amor e carinho com ele, e agora ele estava ali, bem na minha frente, tomando café-da-manhã comigo. Nunca em toda minha vida senti-me tão bela. Ele observava-me como se eu fosse uma obra-prima sentada sob a cama. Meu corpo nu, coberto somente pelo lençol branco, contrastava com a minha pele levemente bronzeada e meus cabelos escuros, que caiam sobre o ombro, destacando os meus olhos verdes.
Eu comia somente para agradá-lo, não sentia fome alguma. Por um momento até pensei que poderia passar a vida me alimentando dos beijos e carinhos dele. Queria conhecer a cidade, mas ao mesmo tempo eu pensava que poderia ser um desperdício de tempo, pois isso minimizaria os momentos em que nossos corpos nus arderiam na cama.
Chamei-o para deitar-se ao meu lado. Como era divino dividir a cama com ele, sentir o corpo quente dele junto ao meu e beijar-lhe a boca com extremo carinho e cuidado, como se ela fosse a coisa mais delicada do mundo. As mãos dele não cansavam de me explorar e a boca dele tinha a mesma curiosidade. Minha boca percorria cada centímetro do corpo dele, e o amava delicadamente. O corpo dele veio por cima do meu, o encaixe era perfeito, como se fôssemos peças que se completavam de um quebra-cabeça. Ele me tomava com tanto amor e carinho, invadindo-me com cuidado e cobrindo-me com palavras de amor. Sentia-me mulher pela primeira vez. A sensação era tão magnífica que não imaginava-me fazendo amor com outra pessoa nunca mais - e isso realmente aconteceu. A partir daquele dia, meu corpo e meu prazer eram só dele, e só ele sabia como aguçá-los. Chegamos ao clímax do nosso sexo, juntos e era tão puro, que não me soava como pecado... era algo divino.
Resolvi tomar um banho. Levantei-me da cama, ainda nua e dirigi-me ao banheiro. Os olhos dele seguiam minha silhueta se afastar, e eu já não tinha vergonha alguma dele. Abri o chuveiro, a água morna percorreu o meu corpo, mas parecia-me gelada, pois meu corpo ainda ardia de prazer. Minhas pernas estavam trêmulas, minha carne tremia de desejo. Sorri. Eu estava amando, perdidamente, pela primeira vez. Ele adentrou no banheiro, abraçou meu corpo nu, e tomou-me novamente em seus braços. Sua língua procurava a minha, e suas mãos apertavam-me delicadamente. A água envolvia-nos numa atmosfera mágica, e o amor que fazíamos era cada vez mais maravilhoso e selvagem. Ainda temos 7 dias.

sábado, 13 de setembro de 2008

Banco cinza do metrô.

Nunca, em toda a minha existência, eu havia andado de metrô. E eu me sentia tão entusiasmada, que já não sabia se tamanha euforia eram motivadas pelo "andar de metrô" ou por estar do lado do cara que eu mais amava no mundo. Sim, pode parecer maluco, mas desde o momento que o vi no aeroporto, a minha certeza - o que pode ser considerado praticamente milagre, devido a incerteza personificada que é o meu ser - de que ele era O CARA pra mim, só se fez maior ainda...
Agora, sentada ali, no banco do metrô, de mãos entrelaçadas com ele, meu coração continuava pulsando forte e meus olhos - brilhando - não desviavam dos dele. Ficava parada tentando achar milhões de argumentos que pudessem definir um sentimento assim... por fim, desisti. Acho que ao longo da nossa vida, perdemos muito tempo procurando porquês (não sei se está certo escrito assim) e motivos para tudo que nos acontece. Fato é que algumas coisas, simplesmente, acontecem, e não são vivenciadas por nós para serem entendidas, definidas, descritas... apenas para serem SENTIDAS.
Que maravilhosa é a sensação de sentirmos algo, mas quando junto com essa sensação percebemos que a pessoa ao lado também sente a mesma coisa - ou praticamente igual - é mais entusiasmante ainda.
Meu corpo estava queimando de desejos e vontades por aquele homem, que por incrível que pareça, eu já conhecia como a palma da minha mão - ou achava isso. Cada beijo que dávamos, fazia minhas pernas amolecerem, como se eu estivesse dando o primeiro beijo da minha vida. A presença dele ao meu lado, proporcionava-me um misto de emoções e sensações que minha mente não conseguia captar e conduzir, mas que meu corpo e corações sabiam direitinho. O modo com que eu me apertava contra o corpo dele, como se quisesse invadí-lo e morar dentro dele, pra sempre, transpareciam a vontade que eu tinha de ser mulher dele, aquela noite ainda, e todas as outras que ainda viriam. O sorriso dele e a malícia no olhar, revelavam que ele sabia, exatamente, o que o meu corpo estava pedindo... e isso o agradava muito, pois ele não conseguiu deixar de transparecer que seu corpo ardia do mesmo modo que o meu, cada vez que nossas línguas se tocavam.
Dividíamos o mesmo mp4, ouvíamos - pela primeira vez juntos - todas as músicas que já faziam parte da nossa trilha sonora, o que soa mais maluco ainda, pois nossa história já tinha uma trilha, antes mesmo de se consumar.... mas e daí, a história se consumava naquele momento, e toda vez que nossos olhares se cruzavam, eu tinha a certeza de que ela não teria fim.
Era incrível como as horas longe dele tinham custado tanto a passar, e como agora, pareciam segundos, pois cada vez que eu olhava no relógio, já haviam se passado 15 minutos, 30 minutos. Deu-me uma vontade de gritar: PÁRAAAAAA, TEMPO! PÁRA!!!!! DEIXE-ME AMAR EM PAZ. Eu sabia que a revolta com o Sr. Tempo era em vão, então passei a curtí-lo mais e mais, sem desgrudar do corpo dele nenhum minuto.
Comecei a pensar mil coisas - ok, eu já estava pensando, mas minha mente não conseguia parar, era muita informação, sensação ao mesmo tempo - até que deparei-me com um escrito na parede do metrô: Assento preferencial para gestantes, idosos ou portadores de deficiência física. Olhei os assentos, eram cinzas. Nesse momento não consigo recordar-me da cor dos outros assentos, mas aqueles à nossa frente, eram cinzas. Olhei para ele e falei:"-Amor, quando formos bem velhinhos, vamos passear de mãos dadas de metrô, sentados naqueles bancos ali à frente. Após falar, senti-me uma tola, meu Deus.... estavámos juntos há 1:30h e eu já falava no futuro... que tolice. Imaginei ele fazendo uma cara de desconcertado e me dizendo: Não vai dar mais! Então, ele me olhou, beijou-me os lábios e me abraçou tão forte, que se alguém nos olhasse naquele momento - e estava olhando, pois desde que ficamos juntos, todos os olhares desviavam-se pra nós, como se as pessoas pensassem: - Lá vai o casal mais apaixonado do mundo! - pensaria que éramos um só.
Não, nunca desejei que fôssemos um só. Desse modo, seríamos metade cada um, e eu, nossa, eu queria ser inteira, inteira dele, inteira para preenchê-lo de amor e alegria inteiramente. Éramos dois. Dois corações, dois corpos, duas pessoas e um só amor. Isso. Era exatamente isso.
Eu já não aguentava mais ficar em metrô, trem, ônibus. Pareceu-me que o quarto, o nosso quarto de hotel, era mais longe do que Porto Alegre. Não tinha pressa para que o tempo passasse, tinha pressa para que ficássemos só, LOGO, para que ninguém testemunhasse todas as vontades, desejos e tesão que corriam pelos nossos corpos.
Por um momento, pensei que eu estava pensando em voz alta, pois toda vez que minha ansiedade pelo quarto do hotel aflorava, ele segurava mais forte a minha mão, puxava-me contra ele e me dava um beijo. De repente, ele levantou e disse: "-Vem, vamos descer!". Ahhhhhhhhhhhhhh, aleluia. Hotel, hotel, hotel! Era só o que eu pensava.
Como em qualquer história de amor - não, isso não é uma história, mas não sei como definir agora - os fatos engraçados não deixam de existir. Ao chegarmos no hotel e entrarmos no quarto, não queria parecer faminta por ele - tudo bem, eu estava, mas não queria transparecer - fui tirar as coisas da mala. Eis que, ao abrir a mala, tem shampoo espalhado POR TUDO. Pensei comigo mesma: "-Ótimo, que ótimo, pagando "mico" na frente do cara que eu mais amo no mundo."
Ele somente sorriu e disse pra eu tirar tudo da mala e limpar, pra não ficar sem ter o que vestir nos próximos dias. Nesse momento, a voz da minha mãe - que agora já soava-me como uma profecia - ressoava na minha cabeça: "-Filha, não coloca o shampoo na mala, vai estourar." Ahhhhhh, como eu odiava não tê-la ouvido, mas paciência. Eu estava de quatro, literalmente, limpando a mala - isso não estava nos meus planos - e ele estava sentado na cama, despindo-se... O QUE????? Ele estava tirando a calça e colocando uma bermuda, e o que vou dizer agora pode parecer ridículo, mas eu fiquei completamente corada. Como sentir vergonha de ver a pessoa que você ama trocando de roupa? Não sei, mas senti.
Mala limpa, roupas no chão. Olho pra ele, ele está fumando, sentado na cama, olhando fixamente pra mim. Eu sorrio e abaixo a cabeça - hábito que tenho quando estou envergonhada - e ele me puxa pela mão. Nossas bocas se colam novamente, as mãos dele deslizam pelo meu corpo - ainda vestido - e eu penso:"-Esse vestido esvoaçante não era a melhor opção para este momento.". Ele deita-se na cama, puxando-me por cima dele, sem desgrudar minha boca da dele, minha mão tateia a parede atrás do interruptor. Achei. Luzes apagadas. Desejo no ar.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Passado.

Na hora habitual, abro os olhos, espreguiçando-me - minha mãe sempre disse que isso auxilia no crescimento - olho no relógio (do celular, diga-se de passagem) e está marcando 6:20 da manhã. Levanto-me e fico sentada na cama, olhando minha imagem refletida no espelho - confesso que a essa hora da manhã, após uma noite de sono, não é a mais bela imagem que um espelho pode refletir - mas, enfim, sou eu. Cabelos escuros, levemente desgrenhados, olhos pequenos, creio que por causa do sono, e um mau-humor aparente. De repente, sinto um calor, uma espécie de euforia interior: ansiedade. Hoje, é hoje, 2 março de 2006, ahhhh... hoje vou pra São Paulo. Hoje vou conhecê-lo, tocá-lo, beijá-lo, amá-lo... ahhh, não aguento mais esperar. Corro pro banho, agora a imagem que vejo no espelho é de uma menina alegre e esperançosa, pensando bem, meus cabelos nem estão tão desgrenhados assim e meus olhos até não estão tão inchados. Abro o chuveiro, e deixo a água descer, quente e suave, pelo corpo nu. Hoje tenho que estar perfeita, cheirosa, maravilhosa, pra ele - só pra ele - e mais ninguém.
"-Filhaaaa!" - minha mãe, gritando - "-Sai logo desse banho, tu vais te atrasar pro trabalho!"
Ahhh, não, hoje eu não poderia, nem deveria trabalhar, como vou me concentrar se tenho um encontro marcado hoje à noite, se tenho uma viagem marcada. Então, nesse momento, bateu o medo, o pavor, o desespero... e se ele não for me buscar no aeroporto? E se ele não gostar de mim, do meu cabelo, do meu corpo? Desligo o chuveiro, já com lágrimas nos olhos... as lágrimas corriam pela face, como se eu fosse uma criança desamparada, com medo e insegurança correndo nas veias, fazendo a minha carne tremer.
Paro em frente ao armário, penteando os cabelos, ainda envolta pela toalha, pele perfumada. Estou linda, ele vai me amar. Escolho um vestido verde - estilo hippie - e visto-me. Verde combina com meus cabelos escuros e meus olhos - que são verdes também. Borrifo meu perfume favorito, comprado especialmente para ir vê-lo - Amor, amor - nos lugares estratégicos (pescoço, nuca, pulsos e entre os seios), pego a bolsa, a mala... estou pronta, vamos trabalhar então.
Nunca em toda a minha vida, uma tarde demorou tanto a passar... olhei no relógio - 8:15h - falta muito.
Meu coração pulsava cada vez mais rápido - exatamente como pulsa agora, enquanto lembro deste dia - e não aguentei: peguei o telefone e liguei para ele.
"-Oi, amor!" - ele disse - "Estou saindo agora de casa, vou até o hotel deixar minhas coisas e depois vou pro Aeroporto." Olhei no relógio e era 11:30h. "- Já, amor? Meu vôo é somente às 17h." disse eu. "- Sim, o aeroporto é longe, e estou muito ansioso, quero ficar lá esperando você chegar, quero fumar, preciso fumar." - disse ele. "- Ok, vemo-nos mais tarde, então. Beijos, eu te amo." - disse eu. "-Também te amo, nega. Beijos."
Agora, meu coração parecia que ia saltar pela boca, enchendo de alegria e felicidade e excitação até o ser mais moribundo do planeta.
Os minutos pareciam dias, e a horas, anos.
16:30h - "- Paiii - que também é meu chefe - preciso voar pro Aeroporto, vamos!"
Chego no Aeroporto, praticamente voando - tá, tudo bem, o Aeroporto é do lado do meu trabalho - e corro pro balcão de check-in. "- Boa tarde, moça! Quero realizar o check-in para o vôo de São Paulo, às 17h."
Ok, por favor, se isso for um sonho, não me acordem! Estou sentada na minha poltrona 13F, rumo a São Paulo, pra encontrar o meu amor.
17:15h - Parece que estou sentada nessa poltrona há mil anos, será que não dá pra voar mais rápido, não? Nesse momento já havia lido - tentado, sem sucesso - 3 livros... nada me parecia interessante o suficiente para prender-me a atenção. Encosto a cabeça na janela e vou comendo com toda ânsia do mundo, os amendoins que a aeromoça havia me oferecido.
"- Atenção, Senhores Passageiros, dentro de alguns instantes estaremos iniciando os procedimentos de pouso. Favor retornarem seus assentos para a posição vertical e afivelarem seus cintos de segurança. Obrigado."
Ahhhhhhhhhhhhhhh, meu Deus, vou morrer. Meu estômago parecia embrulhado num pacote - pra viagem- e meu coração já pulsava na minha mão. Peguei um espelhinho na minha bolsa - só pra checar a maquiagem e retocar o batom - não, pra que retocar batom, eu vou ficar sem ele, em breve mesmo - guardo o espelho, pego um chiclé Clorets, e começo a mascar - o hálito tem que estar divino.
Avião pousado. Pronto, estou em São Paulo. Desço da aeronave e caminho por aqueles imensos corredores - minhas pernas tremem, meu corpo treme, mas o sorriso parece grudado com cola Bonder no meu rosto.
Como em toda grande metrópole, fila. Não acredito, fila pra ir pro setor das bagagens???? Leio numa placa mais a frente: Favor, apresentarem seus passaportes. O que????? Eu nem tenho passaporte. "-Hey, senhor, eu não tenho passaporte..." - dirigindo-me ao policial parado mais a frente. "-Tudo bem, moça, o passaporte só é exigido dos passageiros dôs vôos internacionais." UFAAA! Passando a fila, vamos lá: cadê minha mala? O legal do Aeroporto de Guarulhos é que SÓ TEM mais ou menos umas 20 esteiras de bagagem... aqui em Porto Alegre, só tem 4 esteiras... hahaha. Tudo bem!
Mala na mão, já consigo avistar o portão de desembarque... nem sinto mais minhas pernas, meu corpo, meu coração já saiu voando por aí.
Pronto, estou no saguão do aeroporto. Meus olhos procurando algum rosto conhecido, sentia-me tão desesperada que mais parecia uma "menina do interior chegando na cidade grande". De repente, percebo que não são meus olhos que vão reconhecê-lo, é meu coração, que já pulsa por ele há 2 meses, praticamente. Olho para a direita e lá está ele, parado com uma calça social bege, uma camiseta polo listrada com amarelo e azul claro, segurando uma sacola na mão. Eu vôo até a direção dele - nunca caminhei tão rápido de salto alto, meu vestido esvoaçava no ar - largo a mala ao meu lado, sorrio e com a boca próxima da dele digo: Cheguei, meu amor. Nossas bocas se colam, o calor toma conta daqueles dois corpos, tão desconhecidos, mas ao mesmo tempo, conhecidos, como que de outra vida. Amor. E é só isso que define-se nesse momento.

Antologia

Para te amar necessito uma razão, e é difícil acreditar que não exista nenhuma outra além desse amor. Sobra tanto espaço dentro deste músculo que pulsa dentro de mim, e apesar do que dizem, que os anos são sábios, eu continuo sentindo toda essa dor.
Porque todo tempo que passei junto a ti, deixei tecido seu fio dentro de mim...
E aprendi a tirar do tempo os segundos, tu me ensinaste a ver o céu ainda mais profundo. Junto a você acredito que aumentei mais de três quilos, com teus tantos doces beijos repartidos. Desenvolveste meu sentido de olfato e foi por ti que aprendi a gostar de gatos. Despregaste do cimento meus sapatos, para escaparmos nós dois voando alto e tocando o céu e o infinito desse amor.
Você me ensinou, exatamente, tudo que eu sei, mas esqueceste uma instrução final: não aprendi a viver sem teu amor.
E descobri o que significa uma rosa, tu me ensinaste a dizer mentiras piedosas para poder te ver nas horas não adequadas. Tu me ensinaste a substituir palavras por olhares, e até encontrar significado no silêncio, no nosso silêncio. E foi por ti que escrevi mais de cem canções e até relevei seus erros e inconstâncias. E conheci mais de mil formas de beijar, e foi por ti que descobri o que é amar, pois é te amar.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Ele se afoga em seus sonhos, um extremo absurdo, eu sei... Ele é tão amaldiçoado quanto parece, e é mais paradisíaco do que o meu coração poderia aguentar. E se eu tentasse salvá-lo?Todo o meu mundo poderia desmoronar? Apenas não está certo, as coisas como estão, agora, não estão certas ou... bem, eu não sei! Eu não sei o que ele quer, mas ele é tão maravilhoso, ele é um lindo desastre! E se eu conseguir aguentar? Mesmo que através de lágrimas e risadas... Poderia ser lindo, ou apenas um belo desastre? Ele é magia e mito, tão forte quanto eu acredito. Uma tragédia com mais danos que uma alma deveria presenciar, mas, mesmo assim, eu devo tentar mudá-lo? Tão difícil não o culpar do sofrimento que existe em mim, mas eu só peço que ele me abrece forte, me abrace forte. Eu estou procurando por amor e lógica, mas ele é apenas uma alegria histérica. Eu estou esperando por algum tipo de milagre, esperando tanto, tanto... Ele é macio ao toque, mas se fragilizado, ele se quebra. Ele nunca é suficiente pras minhas expectativas, e mesmo assim ele é mais do que eu posso aguentar. E daria certo se algo mudasse? Ou seria somente mais um belo desastre?