quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Intoxicada.

Me acabam os argumentos, e minhas metodologias e a minha pele fica corada cada vez que aparece na minha frente sua anatomia. Porque este amor já não entende de conselhos e razões, se alimenta de pretextos quando lhe faltam motivos para estar ao teu lado.Este amor não me permite ficar em pé, porque meu corpo derrete só de sentir suas vibrações próximas de mim. E anda que eu me levante, voltarei a cair, pois se você se aproxima a tentativa de manter-me forte é inútil.
Me sinto bruta, desajeitada, irritada, teimosa. E isso é tudo o que eu tenho sido deste que me converti à esse amor. Já nem sei mais que outras coisas se fazem na vida, além dessa "coisa" que é amar e querer você. Penso em você dia e noite e - acredite - eu até tento, mas não sei como te esquecer. Minhas vontades já estão acima do meu querer.
Quantas vezes tentei enterrar você em minha memória. Confesso que eu até conseguia, até você aparecer por perto. Eu luto comigo, prometo desistir de ti, mas mesmo que eu diga que não, toda vez é a mesma história. Porque este amor sempre sabe me fazer respirar fundo. Me ensina a pensar antes de falar e até a respeitar tuas vontades.
Se eu pudesse exorcisar-me da sua voz. Se eu pudesse escapar do seu nome. Se eu pudesse arrancar meu coração e me esconder pra não te sentir novamente. Por mais que eu me ame como sou, ao teu lado eu me sinto fraca, feia, desordenada, desajeitada, tonta, lenta, idiota, desengonçada. Completamente descontrolada. São os sintomas que o teu amor provoca em mim. Essa intoxicação saudável. E por mais que você perceba como coro as bochechas quando estou ao teu lado e como pareço ficar tímida só com a sua presença, você nunca me diz nada.
Já viste que minha cabeça virou um ninho, onde apenas você tem abrigo? Por favor, esforce-se para não prestar atenção nas palavras desordenadas que desato a falar, graças ao nervosismo que você provoca em mim. E antes de você se aproximar e tomar-me toda em um gole só, pense bem no que pretende fazer comigo.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

...

Eu encontrei uma razão para depilar minhas pernas toda santa manhã. Minha pele lisinha sempre te agrada, quando me aninho entre tuas pernas à noite. Então, eu posso contar com alguém todas as Sextas à noite pra me levar pra dançar, ou pra simplesmente curtir o conforto do nosso edredom comendo besteiras e assistindo tv. Conquistei a companhia de alguém para sair de madrugada na rua, só para me fazer companhia enquanto levo o cachorro para urinar. Alguém que se preocupa em plantar mais sonhos. Os meus sonhos. Os teus sonhos. Os sonhos que já viraram nossos. Alguém que um dia pensará em filhos ou talvez só em guardar um pouco de dinheiro.
Não foi fácil perceber que você é o único que eu preciso como meu companheiro, parceiro, amor, amante. Porém, sempre foi fácil perceber que tudo de bom que você me fazia não era intencional, afinal você nem percebia o bem que sempre me fez. O caminho pra voltar para casa é sempre longo e entediante, mas se você estava perto de mim eu agüentava. E quando você me abraçava e sorria, o mundo reluzia pra mim, pois não há nada como seu sorriso. E, em um mundo cheio de estranhos, você consegue ser o único que eu realmente conheço.
Então eu aprendi a cozinhar e finalmente perdi minha fobia da cozinha. Aprendi a rezar antes das refeições e aprendi por mim mesma a agradecer por ter você na minha vida. Passei a achar divertido montar a árvore de natal na sua sala de estar, e achei você indescritivelmente lindo fantasiado de rena do Papai Noel.
E foi nos teus braços que eu sempre procurava - e encontrava - o perfeito abrigo para me confortar dos fantasma e das idéias que insistiam em me trazer insônia. Do teu lado eu me sentia segura para planejar milhões de viagens e comprar coisas para decorar a sua casa. Até escrever mais canções felizes, era fácil com seus beijos e carinhos me inspirando a todo momento. Não quero tentar encontrar em outros braços, outros beijos, "O cara" que você sempre foi pra mim.
Nada como seu sorriso. Nada como seu olhar. Nada como seu amor. Nada.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Fique aqui.

E por mim, hoje poderiam arruinar-se todos os canais de notícias. Notícias banais ou problemas mundiais não conseguiriam me abalar de forma alguma. Que arruinem-se também a televisão e o rádio, para eu não ter que lembrar de você toda vez que assistir ou ouvir algo.
Que se tornem antiquados todos os sorrisos que você me dava. Que não exista mais pôr-do-sol para me causar aquela nostalgia insuportável.
Que sejam suprimidas todas as tarefas e programas de casal. Que acabem com os filmes de comédia romântica e seriados, os quais perdíamos tardes inteiras assistindo, somente como um pretexto pra ficarmos mais tempo perto um do outro fazendo "nada". Que eu esqueça dos prazeres que faziam minha pele tremer somente com um beijo seu. E que hoje seja escrita a última música do caderno com as minhas composições mais secretas.
Mas tudo o que eu, realmente, quero é que você fique. Que fique seu abraço e o beijo que você inventa diariamente. Somente fique aqui mesmo depois de todas nossas mágoas. Olha-me nos olhos e entenda o que eu quero para mim. Hoje eu sinto que o "para sempre" é muito pouco para nós dois. E nem a sua melancolia me incomoda nesse momento. Porque eu percebi que - mesmo não querendo - eu dependo de ti. Se você fica, fica também a minha vida e junto dela todos os momentos mágicos que você me fez viver do teu lado.
Que desapareçam todos os vizinhos e a inveja que tanto quis nos matar. E que comam os restos da minha inocência, digerindo calmamente um "eu" que eu já não sou mais. Que sumam um a um os "amigos" e que ocultem o que me resta de consciência - aquela consciência que me faz temer te amar.
Que sejam consumidas todas as palavras que por vezes estiveram entre os meus lábios e que por medo eu não quis te falar. Que contaminem toda maldade do planeta ou que renunciem todos os políticos que tanto se julgam sábios. E que morra hoje o último poeta ou a última canção. Só preciso que, hoje, você fique aqui.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Com você.

Não é porque eu sujei a roupa justamente agora que eu já estava saindo pela porta de casa. Às vezes tenho impressão que blusa branca e sujeira são como pólos opostos: se atraem. Também não é por que eu peguei o maior trânsito e acabei perdendo o horário da sessão de cinema. Não é por que não acho o papel onde anotei o telefone que estou precisando. Nessas horas ecoa-me perfeitamente a sua voz me dizendo "você tem que ser mais organizada, ouça mais a sua mãe". Não é porque sempre que cortava o dedo abrindo a lata de comida do chachorro - e que inclusive está sangrando agora - você o pegava com carinho e cuidava como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Não é por que fui mal no ensaio da orquestra e periga eu desistir de tudo. Nem mesmo porque o meu carro teima em parar na rua de madrugada só por falta de gasolina. Afinal, é sempre você quem controla o combustível do carro.
Não é por que tá muito frio, não é por que tá muito calor. O problema é que eu te amo. Não tenho dúvidas que com você daria certo. Juntos faríamos tantos planos. Com você o meu mundo ficaria completo. Eu vejo nossos filhos brincando, e depois cresceriam, e nos dariam os netos. As datas, fatos e aniversários passam sem deixar o menor vestígio. Injúrias e promessas e mentiras e ofensas caem fora. Pelo outro ouvido, me avisam que roubaram a carteira com meus documentos e junto deles todos os meus aborrecimentos. Quer saber? Eu já nem ligo.
Não é por que eu quis e eu não fiz. Não é por que não fui e eu não vou. O problema é que eu te amo. Não tenho dúvidas que eu queria estar mais perto. Juntos viveríamos por mil anos, por que o nosso mundo estaria completo.Eu vejo nossos netos brincando com nossos filhos, e depois logo nos viriam bisnetos. Não é por que eu sei que ele não virá que eu não vejo a porta já se abrindo. E que eu não queira tê-lo, mesmo que não tenha a mínima lógica esse raciocínio. Não é que eu esteja procurando no infinito a sorte para andar comigo. Se a fé remove até montanhas, o desejo é o que torna o irreal possível. Não é por isso que eu não possa estar feliz, sorrindo e cantando. Não é por isso que ele não possa estar feliz, sorrindo e cantando. Não vou dizer que eu não ligo, eu digo o que eu sinto e o que eu sou. O problema é que eu te amo, não tenha dúvidas, pois isso não é mais secreto. Juntos morreríamos, pois nos amávamos. E sem nós o mundo ficaria deserto. Eu vejo nossos filhos lembrando com os seus filhos que já teriam seus netos.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Noite.

A noite aguça e acentua as sensações. A luz da lua invade o quarto escuro e o vento sopra levemente, balançando a cortina de cetim. Abro os olhos. O calor da noite de verão inibe o meu sono. Olho para você, com a boca semi-aberta, dormindo tranqüilamente. A escuridão agita e desperta a minha imaginação. Sileciosamente os sentidos abandonam as minhas defesas. Minha mão alcança suas costas. Corro delicadamente as pontas dos meus dedos pela sua espinha, até você abrir os olhos. Aquele seu sorriso logo ao acordar, renova-me por dentro. Sou, cada dia que passa, mais incapaz de resistir aos teus encantos.
Suave e gentilmente, a noite estende seu esplendor sobre nós. Seus braços me puxam para perto de você e sua perna retira o lençol que cobria-me o corpo. Enquanto suas mãos vagam pelo meu corpo, você sente minha pele trêmula e suave. Seus lábios tocam os meus, enquanto sua mão agarra-se a minha nuca. Enquanto te aperto contra mim, você murmura no meu ouvido as palavras que eu precisava escutar. Derreto-me só de sentir a vibração da sua voz. É estranho pensar que em algum momento, mesmo existindo tanto sentimento, nós pudemos viver separados. É estranho saber que, mesmo após todos nossos erros, nosso amor conseguiu permanecer intacto. Sua mão leve como algodão, acaricia meu rosto. Você puxa meu queixo em sua direção, até colar nossos lábios. Sua língua passeia pela minha boca, sinto-me cada vez mais entregue aos carinhos que só você sabe me proporcionar. Você me permite ter a ousadia de confiar e me entregar de olhos fechados à você. Fecho os olhos e tudo o que espero é o som da sua voz dizerem as verdades que juntos a gente conquistou.
Suave e primorosamente, suas palavras acariciam-me por dentro. Ouço-o. Sinto-o. Possuo você secretamente. Abro minha mente, libertando minhas fantasias nesta escuridão que sei que não posso combater. Queria que o mundo parasse para não precisarmos acordar no outro dia. Aninho-me no teu corpo e só o que quero é que você feche os olhos. Inicie ao meu lado uma viagem para um novo e estranho mundo. Esqueça tudo sobre a vida que conhecia até agora. Deixe nosso amor libertar você. Esqueça tudo o que já fizemos que nos provocaram sofrimento. E então, você poderá pertencer a mim sem medo. Flutuo, caio nessa doce intoxicação que você provoca em mim. Toque-me, confie em mim, saboreie cada sensação. Deixe nosso sonho recomeçar. Deixemos que nosso lado sombrio seja vencido pelo poder do sentimento que a gente construiu. Eu preciso de você para continuar.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Sem pudor.

A chuva cai incessantemente e os trovões criam a trilha sonora perfeita para essa noite. Você corre os olhos por todo meu corpo, como se me devorasse à distância. Eu posso sentir sua mão deslizando pelas minhas coxas, abraçando minha cintura e me puxando contra você. Tudo o que faço é fechar os olhos para sentir com maior intensidade cada movimento do seu corpo com o meu. Sinto a parede fria contra o meu rosto e isso faz eu me sentir tão bem. O contraste do gelado da parede e do quente do meu corpo me proporcionam arrepios. Eu posso sentir os lábios deslizando pelas minhas costas, enquanto entrego-me totalmente a esse prazer. A dança dos nossos corpos se torna involuntária e nossos cérebros já não comandam nada.
Velas acesas pela casa, janelas abertas, cortinas fechadas. A brisa que a chuva traz, refresca o quarto que queima com nossos corpos incandescentes. O reflexo dos nossos corpos atráves das cortinas instiga muita gente. A curiosidade alheia só causa um efeito sobre nós: o prazer que só aumenta, o gosto do proibido, do ato despudorado. Não quero parar só porque as pessoas estão nos olhando. Não quero saber na merda que eles pensam. Eu te desejo agora e isso me faz tão bem por dentro, por favor, não pare.
Em qualquer hora, em qualquer lugar, não importa quem esteja em volta, eu não controlarei meus desejos por você. Nossos corpos dançando no chão. Sinta meus leves movimentos. Arda. Minha mente já está queimando por pensamentos proibidos. Há estranhos nos observando. Sinta-me. Apago todas as velas. Minha respiração ofegante mistura-se aos teus gemidos. Estamos tão próximos que já não sinto teu suor, sinto teus poros na minha pele. Os movimentos intensificam-se. Tremo. Sua língua percorre cada centímetro do meu corpo nu. Sinto tua saliva penetrar na minha pele. Sinto teus dentes mordiscando cada pedacinho que você chama de seu. Minhas unhas cravam nas tuas costas na intenção de te trazer pra dentro de mim. Deliro. O rastro esbranquiçado que minhas unhas deixam em você, logo tornam-se vermelhos, como as marcas dos dentes que você espalhou por mim. Misto de dor e prazer. O quarto é invadido por um cheiro singular. O cheiro do nosso orgasmo, nosso gozo, nosso sexo mais bem feito. Sorrio. São necessários mil sorrisos para eu me recompor.
Você rola pro lado, acariciando minhas costas. Eu te sorrio um sorriso cheio de intenções. Seu olhar é de interrogação. Eu só estava pensando que... bem, você sabe.