quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Somente quando durmo.

Você é simplesmente um barco dos sonhos, navegando em minha mente, fazendo com que eu me perca entre os pensamentos que me levam, sempre, até você. Você nada em meus oceanos secretos, de corais azuis e vermelhos, desvendando meus desejos e alimentando meus anseios. Seu cheiro é igual ao incenso de ópio que queimo todas as noites no meu quarto, somente para sentir sua presença mais real do que ela é. Seu toque é sedoso, e é só fechar os olhos que sinto sua mão deslizando pela minha espinha, alcançando minha pele quente. Sinto seu toque movendo-se pelo meu corpo de dentro pra fora, agarrando-se em meus seios, fazendo com que eu arda de desejo. Mas é somente quando eu durmo, que você desperta-me essas sensações, afinal, não faço nem idéia de quem você é. Vejo você em meus sonhos, rondando-me em círculos, virando-me de cabeça pra baixo, mas eu não o vejo, eu apenas ouço você respirar. Em algum lugar do meu sono, você invade meus pensamentos e meu corpo, possuindo-me por inteira. Então, quando eu acordo do meu sonho, sua sombra desaparece, sua respiração torna-se somente a névoa do mar, envolvendo meus pensamentos, dando-me prazer. Trabalho durante o dia inteiro, contando os segundos para poder dormir e encontrar você novamente. E quando chega a hora de descansar, estou deitada em minha cama, esperando você invadir os meus sonhos, e só o que ouço é a minha respiração ofegante, desejando, incondicionalmente, um desconhecido.