terça-feira, 4 de novembro de 2008

Sem pudor.

A chuva cai incessantemente e os trovões criam a trilha sonora perfeita para essa noite. Você corre os olhos por todo meu corpo, como se me devorasse à distância. Eu posso sentir sua mão deslizando pelas minhas coxas, abraçando minha cintura e me puxando contra você. Tudo o que faço é fechar os olhos para sentir com maior intensidade cada movimento do seu corpo com o meu. Sinto a parede fria contra o meu rosto e isso faz eu me sentir tão bem. O contraste do gelado da parede e do quente do meu corpo me proporcionam arrepios. Eu posso sentir os lábios deslizando pelas minhas costas, enquanto entrego-me totalmente a esse prazer. A dança dos nossos corpos se torna involuntária e nossos cérebros já não comandam nada.
Velas acesas pela casa, janelas abertas, cortinas fechadas. A brisa que a chuva traz, refresca o quarto que queima com nossos corpos incandescentes. O reflexo dos nossos corpos atráves das cortinas instiga muita gente. A curiosidade alheia só causa um efeito sobre nós: o prazer que só aumenta, o gosto do proibido, do ato despudorado. Não quero parar só porque as pessoas estão nos olhando. Não quero saber na merda que eles pensam. Eu te desejo agora e isso me faz tão bem por dentro, por favor, não pare.
Em qualquer hora, em qualquer lugar, não importa quem esteja em volta, eu não controlarei meus desejos por você. Nossos corpos dançando no chão. Sinta meus leves movimentos. Arda. Minha mente já está queimando por pensamentos proibidos. Há estranhos nos observando. Sinta-me. Apago todas as velas. Minha respiração ofegante mistura-se aos teus gemidos. Estamos tão próximos que já não sinto teu suor, sinto teus poros na minha pele. Os movimentos intensificam-se. Tremo. Sua língua percorre cada centímetro do meu corpo nu. Sinto tua saliva penetrar na minha pele. Sinto teus dentes mordiscando cada pedacinho que você chama de seu. Minhas unhas cravam nas tuas costas na intenção de te trazer pra dentro de mim. Deliro. O rastro esbranquiçado que minhas unhas deixam em você, logo tornam-se vermelhos, como as marcas dos dentes que você espalhou por mim. Misto de dor e prazer. O quarto é invadido por um cheiro singular. O cheiro do nosso orgasmo, nosso gozo, nosso sexo mais bem feito. Sorrio. São necessários mil sorrisos para eu me recompor.
Você rola pro lado, acariciando minhas costas. Eu te sorrio um sorriso cheio de intenções. Seu olhar é de interrogação. Eu só estava pensando que... bem, você sabe.