quarta-feira, 29 de julho de 2009

Quarto de hotel.


Eu só tinha te convidado pra vir para dentro do meu mundo. Na realidade, eu só queria mostrá-lo para você. Decidir se ele se tornaria sua nova moradia era uma opção - inegavelmente - toda sua.

Eu só tinha te convidado pra vir deitar na minha cama. Sendo bem sincera, eu só queria conhecer você. Passarmos uma noite nos amando feito dois amantes era uma decisão - irrefutavelmente - toda minha.

Por que no escuro desse quarto de hotel, no esconderijo entre as cobertas, eu tenho sonhos sobre você, eu e nós. E quando esse sonho acaba, eu acordo amedrontada. Você faz tanto jogo pra ser meu, e eu nunca faria nada para que você parecesse um tolo.

Até que acordam os meus anjos vendo através dos meus olhos. Tudo o que vejo agora é o seu sorriso oportunista e seus desejos descarados. Você pega minha mão e eu posso ler em seus lábios: "- Quer cigarros e mentiras? Quer alguns drinques e uma noite?", Não! Obrigada! É muito cedo pra isso.

Então meus anjos adormecem novamente, e me vejo envolvida em seus braços. Uma pequena dose de martini, e você já me parece o homem que eu sempre procurei. Desenho milhões de corações em um guardanapo de papel, enquanto a camareira sorri pra mim o sorriso que eu comprei com um par de moedas.

Mas a noite passa e o efeito do martini também, e junto dele o homem que eu encontrei em você. Você nunca será meu querido. Você nunca será um tolo pra mim. Você nunca será meu.