segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Não tenho mais tempo.

Ele pensa que os dias dele são monótonos. Passa horas divagando que falta-lhe sentido à vida. Explica-se dizendo que não quer mais nada com ninguém, mas na verdade quer, na verdade tem, na verdade é - de outra. Ele pensa que ninguém pensa nele... Ele pensa que ninguém pensa em mim. Eu, finalmente, vou encontrando forças para seguir meu próprio caminho. Eu, finalmente, aceito que - no momento - devo seguir sozinha pelo meu próprio caminho. Ele continua pensando que os dias dele são comuns, e lamenta-se por não conseguir ser diferente por mim. Pergunto-me então, se ao menos ele tentou? Que seja, isso já não importa. Os problemas que enfrentamos são distintos, mas cada um nos fere na sua devida proporção. Nós todos somos iguais, e nos machucamos do mesmo modo. Ele volta a pensar que ninguém nunca pensa nele, enquanto eu mal posso respirar sem ele por perto, mas eu vou tentando. No fundo sei que o desprezo que ele emana sobe mim hoje, são as lágrimas que suplicarão o meu amor novamente amanhã. Sorrio e digo que não tenho tempo para ele agora, não, não posso mais. Penso nas pessoas solitárias, e procuro achar formas de não pensar em mim como participante desse contexto. Então penso no dia que eu o encontrei e menti para mim mesma que tudo ficaria bem. Com o castelo que contruí com tijolos de ilusões, pintei um universo onde só eu morava, só eu. Então, vi tudo se dissolver ao meu redor, e percebi que por muito tempo não tive tempo para perceber que só eu vivia aquele amor. Então, quando ouvir aquela doce voz ao pé do meu ouvido, dizendo que me ama, direi que não tenho tempo para ele agora, não quero mais, não consigo mais, vou me reconstruir. Pessoas solitárias rolam ladeira abaixo e eu continuo vendo-me no meio delas. Meu coração estava aberto para ele, mas novamente eu o fechei. Não tenho tempo para cuidar dele nem do seu coração. Estou ocupada, colando os pedaços do meu.

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